domingo, 20 de março de 2011

Cidade mineira conserva traços de passado indígena

Araxá preserva cultura de tribo de índios que habitava região.
Museus e nomes de ruas remetem aos primeiros habitantes.




A cidade de Araxá (MG) preserva traços de sua história que podem ser identificados nas ruas, prédios e museus. Em diversos locais é possível ver marcas da influência indígena no município, local anteriormente habitado por uma tribo.

“Nossa história está permeada por uma herança indígena que não se pode negar nem esquecer”, diz a historiadora Glaura Nogueira. "Temos vários nomes de ruas, como Pepururé, Itacuru, Ipiaó." 
     
Foi o bandeirante Lourenço Castanho Taques quem deu as primeiras notícias sobre a existência dos índios araxás na região. A tribo foi dizimada pelo capitão de campo Ignácio Correia de Pamplona.

Mas o município não esqueceu suas origens. Por todos os lados, a história da tribo que habitava o local é contada. Um dos exemplos é a via de acesso à cidade. Quem chega a Araxá pela Avenida Imbiara dificilmente sabe que seu nome, na língua dos índios araxás, significa “caminho das águas”.

Os museus da cidade também preservam o conhecimento e o passado do local. Instrumentos de caça, pesca e utensílios dos índios podem ser encontrados em exposição. “Se nós olharmos a nossa cidade de forma atenta, encontraremos vários sinais para interpretarmos. Na história, nada acontece aleatoriamente. Temos uma cultura diversificada, bastante rica, e que merece ser conhecida, interpretada e divulgada”, afirma Glaura
.



Comentário:Acho muito importante a conservação das memórias indigenas, pois faz parte da nossa história e cultura. É importante manter as nossas origem e raízes vivas e sempre lembrar de onde viemos.


Andréia Barbosa Gomes

Índios encerram manifesto em rodovia

Após certificação federal de acordo, por meio de documento enviado pelo Ministério da Justiça e pela presidência da Funai, estrada é reaberta


Roger Pereira
Terenas mantiveram rodovia fechada por 5 dias, mas sem conflito
BIANCA ZANCANARO
Da Reportagem/Sinop

Os índios da etnia terena liberaram ontem, por volta das 17h40, o tráfego da BR-163. A decisão foi tomada após os líderes dos indígenas, Milton Jorge Ituri Rondon e Sirênio Reginaldo, e demais lideranças receberem um documento do Ministério da Justiça e da Fundação Nacional do Índio (Funai) em cumprimento ao acordo firmado para desbloqueio da rodovia e impedimento de sucessivos protestos.

O documento reafirma que será cumprido o acordo feito durante reunião na quarta-feira entre os índios, a procuradora do Ministério Público Federal (MPF) Analícia Trindade e o coordenador regional substituto da Funai, Sebastião Martins. De acordo com o documento, na próxima semana será feito um “diagnóstico e elaboração das planilhas do planejamento dos recursos demandados para a solução dos problemas enfrentados e indicados pelas lideranças e, ainda, envidando todo esforço administrativo para o funcionamento da base de assistência especial para a população indígena terena, Coordenação Técnica Local (CTL), no município de Matupá”.

Os trabalhos de levantamento e elaboração dos planos de despesas serão enviados à presidência e diretoria da Funai, para acatamento e outras deliberações. “Entretanto, solucionando de vez os problemas enfrentados diante das necessidades que avaliamos verdadeiras e apresentadas por essas lideranças indígenas, ressaltamos que essas negociações dependem de uma relação de confiança entre os indígenas e o órgão indigenista federal, assim ficando estabelecido que o fechamento das negociações foi agendado para o recebimento dos líderes terena no dia 28 de março de 2011, na sede da Funai em Brasília (DF)”, consta no documento.

Os índios terenas, que vivem na terra indígena do Iriri Novo, em Matupá, estavam bloqueando a passagem de veículos no quilômetro 943 da BR-163, próximo a Itaúba, desde segunda-feira), às 12h. Eles utilizavam galhos e pneus e estavam com arcos e flechas para impedir o tráfego na rodovia. Apenas ambulâncias e carros de emergência tinham autorização para passar. Os indígenas reivindicam a implantação de uma coordenadoria técnica da Funai em Matupá, que preste assistência à tribo, pois a coordenadoria mais próxima fica a 250 quilômetros, em Colíder.

Durante os cinco dias de manifestação, muitos caminhoneiros e motoristas se sentiram prejudicados. Por dois dias, o tráfego foi liberado por algumas horas. Durante o bloqueio, os policiais orientavam os motoristas a pegar um desvio que passava por Cláudia, Feliz Natal e Marcelândia, o que aumentava o percurso em 220 Km. 



Paula Fulgêncio Tanure Jardim

Índios assinam TAC para regularização de plantio em terra indígena

Índios das aldeias Bororó e Jaguapiru, em Dourados, firmaram um acordo com o MPF (Ministério Público Federal) para acabar com o plantio de soja transgênica e o arrendamento de terras na reserva indígena.
O Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) foi assinado por 31 índios, totalizando 568 hectares regularizados. As áreas de lavoura e os responsáveis pelo cultivo foram identificados em inspeção realizada pelo MPF em janeiro deste ano.
No acordo, os índios afirmam não arrendar terras e assumem a responsabilidade de comprovar as condições financeiras para o plantio, colheita e comercialização dos produtos. Para tanto, os agricultores devem apresentar documentos que comprovem as operações de venda após cada safra e, ainda, comunicar ao MPF a área e a cultura a ser plantada, com antecedência mínima de 30 dias.
A fiscalização do cumprimento das cláusulas do TAC será feita pelo Ministério Público Federal. A quebra do acordo acarretará em sanções penais, cíveis e administrativas. As lavouras onde for comprovado o arrendamento irregular ou cujos responsáveis se recusarem a assinar o TAC poderão ser destruídas, mediante ordem judicial.
Plantação de soja
No termo, os indígenas também se comprometem a não plantar sementes transgênicas a partir da próxima safra (2011/2012) e a sempre buscar autorização da Fundação Nacional do Índio (Funai) para suas plantações. Além disso, o cultivo deve ser acompanhado de receituário agronômico e obedecer o vazio sanitário, que consiste na eliminação de todas as plantas de soja entre 1º de julho e 30 de setembro, para evitar que o fungo causador da ferrugem da soja se multiplique durante o final da entressafra.
Os agricultores deverão, ainda, observar os parâmetros sanitários e ambientais definidos pela legislação brasileira, inclusive quanto ao recolhimento de embalagens de agrotóxicos e produtos químicos.
Histórico
O Ministério Público Federal trabalha com o ajustamento do TAC desde janeiro de 2011, quando realizou medições das terras agricultáveis na Reserva Indígena de Dourados para identificar as áreas de lavoura e os responsáveis pelo cultivo.
O Termo originou de ação civil pública ajuizada pelo MPF na Justiça Federal de Dourados em outubro de 2009. Segundo investigações, de 1996 a 2008, 400 dos 1,2 mil hectares da área cultivável da reserva indígena tinham sido arrendados. Pelo uso das terras, produtores pagavam valores irrisórios aos índios. Em alguns casos, os indígenas receberiam cem reais por alqueire; em outros, o pagamento seria feito por colheita, cerca de dois mil reais por safra. Há casos, ainda, em que o pagamento pelo uso de sete hectares de terra seria de três mil reais ao ano.
Referência processual na Justiça Federal de Dourados: 2007.60.02.001515-4 (denúncia criminal)


Silvia Brugnara Vasconcelos

quinta-feira, 17 de março de 2011

Índios (que sobraram) do Brasil

Cerca de 0,2% da nossa população são índios. Quem já teve a posse de todo o território nacional agora ocupa 12% do mapa. De um total de 350 mil indígenas remanescentes, aproximadamente 50 mil deixaram as reservas para viver nas cidades ou no campo. Mesmo quem ficou na mata, na maior parte das vezes, passou a ganhar a vida como se fosse um caboclo ou ribeirinho. Para recuperar sua língua, sua cultura e seu passado, os índios dependem da demarcação de suas terras e do acesso à educação diferenciada.
Difícil dizer quantos eram os índios antes do Descobrimento. Calcula-se que havia entre 2 e 6 milhões de indivíduos. Mas um palpite otimista não resolve muita coisa. Ao contrário: quanto maior a estimativa, mais desoladora parece a realidade dos primeiros habitantes do Brasil. Atualmente, eles não passam de 350 mil, o equivalente a três Maracanãs lotados. Você sabe o que isso quer dizer? É possível que, ao longo de nossa história, a população indígena tenha sido dizimada ao ritmo de um milhão por século!
A tragédia indígena não se mede só pelo número de mortos. Tal massacre esconde uma perda ainda mais dramática, porque irreparável. Etnias inteiras foram riscadas do mapa, levando consigo sua cultura e a contribuição que poderiam ter legado à identidade do país. Hoje, o número de agrupamentos indígenas se resume a um quinto do que havia antes de Cabral chegar. Das 216 tribos restantes, apenas 16 rejeitam o contato com não-índios e mantém intactos seus costumes.
Diversidade pouco conhecida
Se certas aldeias são até hoje totalmente desconhecidas dos indigenistas, este não é o desconhecimento mais grave do "homem branco". Muita gente ignora a importância da imensa riqueza cultural dos índios e faz de conta que eles não existem. Quer uma prova? Duvido que você acerte esta pergunta: quantas línguas são faladas no Brasil? Se respondeu "uma, o português" e achou que está abafando, passou foi longe. Há cerca de 170 línguas e dialetos nativos em uso no país.

Você acha que é preciso ir à Amazônia ou ao Parque Indígena do Xingu para saber o que se passa nas tribos? Pois saiba que pode haver aldeias embaixo do seu nariz. Os únicos estados onde não há povos indígenas são Piauí, Rio Grande do Norte e o Distrito Federal. Com um pouco de atenção, você se dá conta de que a influência indígena está em toda parte, até neste texto! É só voltar ao primeiro parágrafo:Maracanã vem do tupi-guarani e é o nome dado a uma espécie de papagaio.
Leis que demoram a sair do papel
Justamente porque a importância cultural dos índios é pouco conhecida, eles continuam tendo seus direitos desrespeitados. Em 1973, o Supremo Tribunal Federal elaborou o Estatuto do Índio, determinando a demarcação de todas as terras indígenas num prazo de cinco anos. No entanto, passados quase 30 anos, só 252 das 568 reservas indígenas foram homologadas.
Um marco na regularização de terras indígenas é o Parque Indígena do Xingu, no norte do Mato Grosso. Foi criado em 1961 pelo então presidente Jânio Quadros, sob orientação dos sertanistas Cláudio e Orlando Villas Bôas. As rixas de tribos rivais são coisa do passado. Hoje o parque abriga um caldeirão étnico onde quatro mil índios de 14 etnias aprenderam a conviver em paz.

Gabriela Sacramento Faria

quarta-feira, 16 de março de 2011

Índios começam a frequentar a Universidade Federal de São Carlos

http://g1.globo.com/videos/sao-paulo/v/indios-comecam-a-frequentar-a-universidade-federal-de-sao-carlos/1427215/

Rachel Teixeira e Jéssica estão tendo a oportunidade de participar da terceira turma de índios na Universidade Federal de São Carlos, que é única universidade pública do estado de São Paulo a destinar vagas exclusivas para eles.
Essa proposta não só oferece aos índios uma melhor oportunidade de estudo como também dá a eles a oportunidade de crescer e melhorar a própria aldeia, que poderão contar com profissionais que se identificam com a tribo a qualquer momento.
Como consequência, haverá uma convivência entre culturas diferentes que pode ser aceita ou rejeitada por universitários preconceituosos e que não aceitam as reserves de vagas.


Dominique Capdeville

Xacriabás

http://www.youtube.com/watch?v=KaPnWvMWBYk
Vinicius D'Angelo
Vinicius Freitas
Caio Ianelis
Arthur Souza

3ºD

Reportagem

Índios podem bloquear BR-163 próximo a Itaúba
14/03/11

Índios da etnia Terena poderão bloquear, hoje (14), por volta das 11h, a BR-163 próximo a Itaúba (600 km ao norte de Cuiabá). De acordo com a Polícia Rodoviária Federal, os índios residem em uma comunidade, a cerca de 10 quilômetros do município, e reivindicam a presença do presidente da FUNAI (Fundação Nacional do Índio), Márcio Augusto Freitas de Meira.

Segundo o coordenador regional substituto da Fundação Nacional do Índio, Sebastião Martins, eles querem a criação de uma coordenação técnica local. "Eles reivindicam a coordenação, mas já sendo estudada". Sebastião também disse que já comunicou o presidente da FUNAI, em Brasília, e que ainda hoje um representante do órgão poderá ir até o local conversar com os indígenas.

Uma equipe da PRF está na comunidade tentando conversar com os indígenas para que eles não interrompam o tráfego na rodovia e para tentar saber em que e como poderão auxiliar. (Só Notícia).
Comentário
É um absurdo ocorrer reivindicações dessa forma em nosso pais , o órgão responsável deveria tomar medidas para revitar estes protestos melhorando assim as relações entre indígenas e FUNAI.
Fico pensando se os indígenas bloqueiam está rodovia que transtorno que gera para as pessoas que necessitam desta estrada para trafegar, por exemplo diversos caminheiros brasileiros utilizam a rodovia para entregar as mercadorias em determinado destino, imagina se eles ficam em um engarrafamento por algumas horas e o produto tem horário e data marcada para ser entrega.
André Bahia de Paula Gonzaga
3ºD

KRENAKS - Os ultimos Botocudos do Leste


O nome crenaque é uma homenagem ao líder do grupo que comandou a cisão com os gruticraques, no rio Pancas, Espírito Santo, no início do século XX. Os crenaques são os últimos Botocudos do Leste, nome atribuído aos grupos que usavam botoques auriculares e labiais.
Antes da retomada da totalidade da área reservada, ao se chegar à aldeia dos Krenák, podia-se observar o grupo liderado por Laurita Félix à esquerda, uma faixa intermediária de terras não ocupadas e a outra facção política liderada pelo cacique Hin (José Alfredo de Oliveira, também conhecido por Nego, que é tradução do seu apelido em Borun) à direita do ribeirão do Eme.
Hoje, o grupo de Laurita instalou-se nas fazendas localizadas na área de influência do rio Doce, enquanto o grupo de Hin passou a ocupar as que se localizam "atrás ou no fundo" da Reserva, após a grande serra do Cuparaque, que divide a área no sentido Leste-Oeste. O fato de um dos grupos ser liderado por uma mulher - Laurita Félix - é perfeitamente coerente com a tradição Botocudo, no que se refere ao fato de as mulheres deterem o poder de decisão sobre grandes questões internas.
Em termos de representatividade externa, porém, é o cacique que tem voz ativa. Coerentemente com os antigos padrões de ordenamento político, Laurita está preparando seu filho, Rondon Krenák, para assumir as funções de cacique, através do qual, ela poderá exercer de forma mais efetiva o poder sobre o grupo.
A oposição entre as duas metades sociais organizadas em facções políticas é amenizada pelas regras exogâmicas de casamento entre as famílias extensas - Isidoro, Félix, Damasceno e Souza -, pois, ao estabelecer alianças matrimoniais, o grupo consegue amenizar os conflitos e, assim, define-se um convívio relativamente amistoso entre as famílias e os dois grupos. A prole resultante dessas uniões recebe o sobrenome do pai e é identificada como membro da metade à qual este pertence. A exceção ocorre em situações de casamentos interétnicos nos quais a mãe seja Krenák, quando, apesar do sobrenome ser o paterno, a pertinência é definida pela metade à qual a mãe pertence.
No caso dos Krenák, um dos fatores de oposição decorre, também, do fato de o grupo liderado por Laurita Félix ser Nakre-ehé e Miñajirum, oriundos do aldeamento do Pancas, o que fez com que nunca se integrassem totalmente aos Krenák, originalmente estabelecidos no ribeirão do Eme, representados pelo cacique Hin. Nessa posição de disputa pela liderança, Laurita busca seus fundamentos argumentando o poder tradicional das mulheres e o fato de as mesmas deterem o conhecimento histórico da trajetória do grupo, da língua e dos rituais.
Além de Laurita, há outras figuras femininas representativas: sua filha, Marilza, a xamã dos Krenák, Sônia e Paula, aliadas da família Félix, todas envolvidas nos esforços de reviver a língua Borun, os cantos, os rituais e a tradição de socializar as crianças pelos métodos tradicionais. Nesse processo revivalista, o papel de Marilza Félix é extremamente importante. Na qualidade de única xamã e dizendo-se porta voz do seu antecessor Krembá, afirma ser deste a determinação de serem realizados os trabalhos de reorganizar o grupo, voltar a "dançar" seus rituais, fazer arcos e flechas, curar suas doenças pela forma tradicional, falar sua antiga língua e recuperar o mastro sagrado, levado da aldeia na década de 30 por Curt Nimuendajú. Apesar dos esforços dos índios e de consultas realizadas, não foi possível até o momento localizar o referido mastro.
Nesse novo contexto, observa-se, portanto, que os Marét perderam importância no novo panteão Botocudo, embora o medo aos Nanitiong e aos espíritos dos mortos, que não receberam alimentos e cuidados rituais, continue presente. Atualmente, os Tokón assumiram o papel central do universo religioso Krenák, estando profundamente associados à disputa política entre as duas metades.
O grande desafio vivido, hoje, pelos Krenák é o de se ajustarem ao novo/antigo espaço de quatro mil hectares, viabilizarem sua exploração econômica, apesar da baixa densidade demográfica e da falta de recursos para investirem de modo a terem acesso ao mercado regional. Aliás, essa pretensão encontra outra grande barreira na oposição, preconceito e má vontade dos moradores das cidades vizinhas, cujas autoridades consideram como um grave prejuízo para a comunidade de produtores rurais, cooperativas e prefeituras locais as terras terem retornado ao domínio dos índios.

domingo, 13 de março de 2011

Os Xacriabás

A Nação Indígena Xacriabá, foi contatada em período remoto da história da colonização. Foi no século XVI, que a expedição do Mestre de Campo Matias Cardoso de Almeida, bandeirante paulista que consagrou parte da sua vida a debelar aldeias indígenas no sertão mineiro, perseguiram e surpreenderam os Xacriabás aldeados às margens do rio Itacarambi, e num duelo desigual das raças, decretaram a morte de centenas de nativos, tingindo de vermelho, as águas cristalina do Itacarambi, com o sangue das frágeis vítimas daquele funesto acontecimento, no histórico dia 24 do mês de junho de 1695.

A partir do século XIX a Nação Indígena Xacriabá passa a receber e estabelecer contato com retirantes baianos, migrantes da região seca do sul da Bahia e negros alforriados que edificaram um valhacouto no então conhecido como “terreno dos caboclos”. Sabendo que ali se tratava de terras dos índios, com limites fixados pela doação de 1.728, em cuja escritura, estar patenteada à ordenação e controle territorial que o potentado exercia na região, os imigrantes pediam permissão ao Cacique para cultivar a terra, fazer roçados e moradas. Permissão concedida estabelecia-se o pacto e o Líder determinava o local para compartilhar o território. A diversidade dos Xacriabá foi tecida ao longo do tempo, de geração em geração, através das miscigenações provocadas pelos casamentos espúrios e das alianças políticas. Desta feita, os Xacriabá, marcados por uma história de lutas e acordos, garantiram, até então, a ocupação de um grande território, sob a liderança inconteste dos caciques. Com o passar do tempo os filhos de ocupantes, vieram reivindicar a propriedade da terra, o que resultou em diversos conflitos com os Xacriabá.